A Apple tem lutado contra um impulso crescente entre seus funcionários de varejo para se sindicalizar, com uma loja em Towson, Maryland, nos EUA, tornando-se a primeira Apple Store a se sindicalizar com sucesso no ano passado. A Bloomberg relata que a Maçã continua seus esforços para impedir que as lojas se sindicalizem, incluindo reuniões nacionais com funcionários do varejo para "discutir os riscos da sindicalização".
A notícia vem de Mark Gurman, da Bloomberg, na edição desta semana de sua Power On Newsletter. De acordo com ele, os gerentes das Apple Stores realizaram reuniões com funcionários na última semana, usando pontos de discussão baseados em “uma mensagem preparada” das equipes corporativas da Apple.
Nas reuniões, a Apple enfatizou os "riscos da sindicalização" e forneceu uma atualização sobre os esforços de negociação na Apple Store em Towson, Maryland. A empresa referenciou as atuais negociações em Towson como "uma espécie de advertência", de acordo com a notícia.
"Os gerentes disseram aos trabalhadores que o sindicato que representa os funcionários da Towson - Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais, ou IAM - está solicitando taxas que chegam a 1,5% do salário. Os gerentes disseram que a quantia de dinheiro pode aumentar rapidamente com o tempo e que os funcionários que não cumprem o pagamento podem ser demitidos em um mês, com base nas propostas do sindicato".
"Os gerentes também disseram que a loja de Towson está dando mais prioridade aos funcionários de período integral que desejam tirar folga nos fins de semana, colocando os funcionários de meio período em desvantagem. Da mesma forma, eles alertaram as lojas de que os funcionários mais antigos na loja de Towson teriam prioridade sobre os novos funcionários para trabalhos".
Até agora, duas Apple Stores nos Estados Unidos votaram a favor da sindicalização, incluindo a loja em Towson e outra em Oklahoma City. Trabalhadores das Apple Stores em Atlanta e St. Louis recuaram nos planos de sindicalização, com alguns funcionários criticando os representantes sindicais e outros culpando o "aumento da hostilidade" da Apple pela decisão.
Nas reuniões da semana passada, os gerentes da Apple usaram especificamente a situação em St. Louis como um ponto de discussão contra a sindicalização.
"E eles indicaram que os sindicatos poderiam fazer mudanças sem a permissão dos funcionários, ecoando os comentários da chefe de varejo da Apple, Deirdre O'Brien, no ano passado. Os gerentes também apontaram para a loja da Apple em St. Louis, onde os trabalhadores abandonaram seus esforços de sindicalização no ano passado e criticaram os representantes sindicais por supostamente enganá-los".
"Além disso, os gerentes explicaram o processo de sindicalização de uma forma que alguns funcionários viram como uma tentativa de jogar água fria na ideia. Se apenas uma pequena fração dos funcionários participar de uma eleição trabalhista - e a maioria desse grupo votar pela adesão - o sindicato ainda se aplicará a toda a loja, explicaram os gerentes".
Por fim, a Bloomberg aponta que a Apple "tentou 'jogar a isca' em suas mensagens", lembrando aos funcionários que é seu direito votar na sindicalização. "Embora a Apple não tenha dito isso, a mensagem subjacente para as dezenas de milhares de funcionários do varejo da empresa era clara: se sua loja for sindicalizada, você pode estar em desvantagem", explica a Bloomberg.
No que diz respeito às negociações em Towson, a notícia também diz que "os dois lados não encontraram muito terreno comum". O sindicato fez cerca de 20 propostas e a Apple fez apenas duas. Até agora, a empresa concordou apenas com uma dessas propostas: "uma política de não discriminação atualizada que acrescenta linguagem dizendo que o próprio sindicato não tolerará discriminação, e não apenas a Apple".
A gigante de Cupertino rejeitou várias propostas, como sobre mudar de pagamento quinzenal para semanal, usar mediação terceirizada, mudanças de agendamento e muito mais.
Fontes: Bloomberg e 9to5Mac
10/4/2023 - 17h06
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