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Foto do escritorFernando Cunha JR

É realmente necessário termos grande armazenamento local?

Atualmente, com a popularização de armazenamento em nuvem e a velocidade das redes móveis, ainda existe a necessidade de grande armazenamento local?


E mais um lançamento de iPhones se aproxima, muito provavelmente em setembro deste ano e, com isso, aparece a velha pergunta dos usuários Apple sobre armazenamento de seus telefones e, claro, serve de desculpa daqueles que não são, para trocar seus aparelhos e passar a ser clientes da empresa da maçã.


Afinal, quando teremos iPhones com 1 TB de armazenamento?


Essa pergunta já virou sinônimo de chacota daqueles usuários de outros modelos que, além do armazenamento do dispositivo, possuem entrada para diversos tipos de cartões de memória.


Mas eu penso que a pergunta deveria ser diferente: seria realmente necessário que tenhamos um iPhone com 1 TB de armazenamento?


Particularmente, penso que não, não é necessário.


Hoje em dia temos vários planos de armazenamento em nuvem, que integram os dispositivos e que estão ali, disponíveis a qualquer momento que precisarmos.


E o melhor de tudo: armazenamento barato.


As opções são muitas, tais como o "OneDrive" da Microsoft, o "Google Drive" do Google, o "Amazon Cloud Drive" da Amazon, o "DropBox" e, obviamente, o serviço de nuvem da Apple, o "iCloud", dentre outros menos famosos.


Os preços variam desde a gratuidade até mais de R$ 50 por mês. Os planos gratuitos acabam sendo de 5 a 10 GB e os planos pagos é que são, ao meu ver, a cereja do bolo.


A Microsoft cobra R$ 45 mensais por 6 TB; já o Google anuncia por R$ 34,99 um espaço de 2 TB; o iCloud oferece 2 TB a R$ 34,90 mensais. Lembrando que esses são os preços praticados na data de publicação deste artigo.


Os planos e os preços acabam por serem muito parecidos, mas a integração desses drives entre os aparelhos é que a coisa começa a ficar bacana. Começar um texto no iPhone, continuar a editar no iPad e terminar em um PC (sim, os drives têm aplicativos que os tornam "nativos" do sistema operacional em que esteja instalado), é uma facilidade ímpar! Não tenho mais que mandar arquivos por e-mail ou gravar em pendrives e, facilmente, me perder nas inúmeras versões que essas idas e vindas desses arquivos geram.


Como usuário Apple, optei por adquirir o plano de 2 TB que, devido ao compartilhamento familiar, divido com minha família e, além disso, algumas pastas com amigos também são compatilhadas, sejam eles usuários de iOS ou Android.


Ter seus arquivos sempre à disposição é uma daquelas comodidades que você não precisa caso você não as tenha, mas se passa a ter, dificilmente vive sem.


Logicamente que estou aqui dissertando sobre o armazenamento de arquivos, sejam textos, fotos, vídeos, e não de aplicativos. Mas, ao meu ver, uma pessoa que faz uso normal de seu dispositivo, armazenamento na casa dos 128 ou 256 GB já está de bom tamanho. Agora, pessoas que fazem uso mais profissional de tais aparelhos, que precisam de vários apps instalados para exercer seu trabalho, talvez um armazenamento de 512 GB local já seja o ideal.


Mas mesmo com armazenamento em nuvem, tendendo a praticamente o infinito (se você precisar de mais espaço, basta desembolsar mais dinheiro e magicamente você terá mais espaço disponível), ainda temos outra variável a considerar: a velocidade de transferência dos dados que estão na nuvem para serem utilizados localmente. Descartarei aqui a velocidade do uso desses arquivos em desktops e notebooks, visto que na maioria das vezes esses computadores estão ligados em conexões velozes de internet, a despeito dos outros aparelhos, que precisam de internet móvel para que o acesso à nuvem seja funcional.


De certo que o Brasil ainda engatinha no assunto de velocidade de internet móvel, visto que no país temos regiões que o 3G não funciona como deveria, quiçá o 4G. E também não posso deixar de citar que ainda não temos redes totalmente 5G (a Claro e a Vivo lançaram serviços 5G, porém é apenas uma rede híbrida entre a 3G e a 4G).


As redes 5G basicamente se dividem em duas, sendo elas: sub-6GHz (a "normal") e a Ultra-Wideband 5G. Em resumo, a 5G "normal" é um pouco mais rápida que a rede LTE, e a Ultra-Wideband é ridiculamente mais rápida, alcançando, pasme, velocidades maiores que 1 GBPS! Ou seja, um usuário poderia, em teoria, fazer o download de um vídeo de 600 MB em mais ou menos 34 segundos!


Embora ainda exista uma certa exigência para que sejam lançados telefones e tablets com armazenamentos cada vez maiores, soluções de armazenamento em nuvem, junto com a expansão da tecnologia 5G, talvez revertam esse quadro, fazendo com que os aparelhos se tornem "bibliotecas ambulantes" de aplicativos, cujos dados e informações estejam todos armazenados fora desses mesmos aparelhos, ou seja, na nuvem.


Isso tudo sem contar sobre computação em nuvem, que ficará para um próximo artigo!



27/07/2021 - 10h

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