Parabéns! Hoje é aniversário do Mac, o melhor computador do mundo. Trazemos a história dele para você.
Planejamento
A história começa em 1979, com a Apple, já uma companhia de sucesso, mas ainda restrita ao mercado hardcore de entusiastas de computadores. Steve Jobs e Steve Wozniak criaram modelos interessantes, os Apple I e II, mas faltava um grande produto pra empresa decolar.
Esse produto seria o Lisa, um computador batizado em homenagem à filha de Steve Jobs, aquela de um relacionamento conturbado, mostrado no filme “Steve Jobs” de 2015. O modelo teria as mais altas especificações técnicas da época, um design moderno e um preço alto (como sempre), mas justo pela tecnologia. A obsessão de Jobs era tão grande e ele fazia tantas reclamações e sugestões para a equipe que, em 1981, foi afastado do projeto, por mais atrapalhar do que ajudar no desenvolvimento.
Jobs, então, se volta pra um computador paralelo, que também estava em fase de criação desde em 1979. Jeff Raskin era o líder da equipe de um produto mais barato e intuitivo, voltado para o consumidor padrão, que seria discreto, com interface de texto, nada muito potente, mas logo virou o grande carro-chefe da Apple.
Foram três motivos:
Em 1981, o PC da IBM foi lançado, fenômeno de vendas, popularizando o termo "computador pessoal" e tudo mais.
O Lisa foi lançado em 1983 e foi um fracasso, por causa do preço altíssimo e muitos problemas.
Raskin sai da equipe por atritos com Steve Jobs. O projeto atrasou em três anos, mas foi lançado com tudo o que foi prometido.
Macintosh
Em 24 de janeiro de 1984, o Macintosh era lançado com uma apresentação lendária para a época, com Steve Jobs brilhando no palco e o próprio aparelho se apresentando com voz. O Mac tinha mouse, teclado e uma interface gráfica em preto e branco, sendo a primeira versão do Mac OS. Muitas dessas tecnologias foram criadas pela empresa Xerox, que já tinha desenvolvido essas novidades em um de seus laboratórios.
E de onde vem o nome? Macintosh é uma espécie de maçã, sem o "a" de Mac, que, por sua vez, ganhou esse nome a partir do sobrenome do responsável pela descoberta, um norte-americano descendente de escoceses.
Esse modelo ficou conhecido mais pra frente como Macintosh 128k e é o daquele comercial clássico de 1984, dirigido por Ridley Scott e apresentado em um evento do Super Bowl. Tudo parecia que ia dar certo, mas ele também era muito caro: US$ 5.595,00.
Ele não foi um sucesso de vendas, mas virou um ícone da indústria, revolucionando o setor. No mesmo ano, um Macintosh com 512 Kb de memória RAM foi lançado. Anos depois veio uma versão Plus, que permitia a conexão de até sete periféricos e tinha 1 Mb de RAM, sendo excelente para o mercado.
Novos rumos
O grande trunfo do Mac foi na fase de software e de serviços. As diferenças com a Microsoft foram deixadas de lado pro lançamento do Word, sem contar o Aldus Pagemaker e a impressora LaserWriter. Nessa época, Jobs foi afastado oficialmente da Apple pelo CEO John Sculley, que ele mesmo recrutou, e pelo conselho da empresa.
Um novo rumo foi marcado pelo Macintosh 2, em 1987. Ele finalmente tinha tela colorida e um processador muito bom para a época, o Motorola 68020. O visual era mais parecido com os computadores que conhecemos por anos e, nesse período, a Apple teve a oportunidade de bater de fente com a IBM. Vários modelos de atualização foram lançados com nomes diferentes: Macintosh IIx, IIc, IICi, IIfx, um mais caro que o outro.
No final da década, a Maçã lançou o modelo Portable, o primeiro à bateria e com tela LCD, e o Classic, já em 1990, readaptando o design original com alguns toques de modernidade.
Esse foi o último modelo de Mac que teve Jean-Louis Gassée como chefe de produto, um executivo polêmico que descartou produtos de baixo custo na empresa, alegando que a margem de lucro nos mercados mais caros eram muito maiores. Ele foi demitido por não conseguir entregar produtos revolucionários. Vários modelos não muito conhecidos foram lançados neste período, como o Macintosh TV, em 1993, que tinha um televisor embutido.
A era do poder
Precisando arriscar, a Maçã resolveu tomar uma decisão inesperada. Como processador para os próximos anos, ela escolhe o PowerPC, uma arquitetura fruto de uma parceria da IBM com a Motorola e com a própria Apple, o trunfo da empresa para brigar com os computadores com Windows.
Os primeiros Macs com PowerPC foram apresentados em março de 1994 e ficaram conhecidos como a família Power Mac. Quem vê os primeiros modelos, estranha, pois os gabinetes eram bem simples e em nada lembravam o cuidado estético que virou marca da Apple. Jony Ive, o famoso designer da empresa, já trabalhava na Apple, mas foi promovido a chefe de design industrial só em 1997.
Neste ano, Steve Jobs volta para a Apple em uma grande reviravolta, cancelando vários produtos, reorganizando áreas e voltando aos espetáculos nas conferências.
O modelo que marca esse período de transição é o PowerMac G3, de 1998, que aposentou uma linha conhecida como Performa e consolidou a Apple como a empresa que preza pelo poder de processamento e capacidade. O G3 era o Mac mais poderoso já lançado, com versões na horizontal, na vertical e o “tudo em um”.
O iMac era aquele “PC em forma de monitor”, que ainda é fabricado e vendido até hoje, e que ficou marcado por ser o primeiro produto com a letra i (do inglês) no nome.
Ele quase se chamou “Mac Man”, mas tiveram a brilhante ideia de incluir a letra minúscula no início do nome, indicando “Internet” e também significando uma personalização, identificação com o “eu” de cada dono, de cada consumidor.
Novo visual
Um visual diferenciado veio com o iMac G3, aquele computador famoso com um monitor e com a traseira colorida e, ao mesmo tempo, transparente. O modelo original, na cor azul, tinha 4 GB de disco, 32 MB de RAM e extras como um modem embutido e configuração organizada de cabos. Ele ainda era caro, não foi um sucesso e a crítica pegou meio pesado, mas entrou para a história.
O iBook, de 1999, ficou famoso por ser o primeiro produto a oferecer conectividade Wi-Fi, que a Apple chamava de AirPort. Ele teve mais algumas gerações, mas foi substituído. No ano 2000, veio o Power Mac G4 Cube, considerado um dos piores produtos da história da Apple. Como o nome indica, ele é mesmo um cubo, e teve problemas de design e de funcionamento. Seu sucessor foi o Power Mac G5, retangular, sendo o primeiro desktop de 64 bits da Maçã, poderoso em desempenho e em processamento gráfico.
Não podemos esquecer do Mac Mini, aquele case pequeno que é um desktop completo, precisando de teclado, mouse e tela para funcionar. Ele é uma opção mais barata e amigável para o consumidor. Para a educação, teve o eMac, que depois foi vendido normalmente, mas não decolou, principalmente por problemas técnicos.
Mais alterações
Entre erros e acertos, o uso do PowerPC parecia que iria longe, mas não foi. Em 2005, a Apple troca radicalmente o produto da IBM para processadores Intel, aparentemente por oferecerem mais economia de energia e também compatibilidades com programas e plataformas.
O software Rosetta por alguns anos fez a “retrocompatibilidade” de aplicativos da época de PowerPC pra Intel, mas foi deixado de lado no Mac OS X Lion, em 2011. Dois anos antes, o sistema já tinha removido o suporte aos processadores dessa geração.
Em 2006, tivemos o Mac Pro, uma workstation totalmente voltada ao mercado profissional, e quase sempre é o hardware mais poderoso, em termos técnicos, que a Apple mantém no mercado. Os primeiros modelos tinham processador Intel Xeon de diferentes linhas e um design ainda próximo do Power Mac G5, parecendo uma mala de mão.
Em 2013, a linha foi radicalmente transformada e virou aquele produto curioso, que muita gente falou que parecia uma lixeirinha. Esta foi a atualização tão esperada do Mac Pro, que mais parecia algo futurista, mas que não deixou muita gente feliz, pois ele era muito pouco configurável. Aqui a Apple começa a perder um pouco a mão no que ela hoje chama de “pro” (quase tudo).
Apple Silicon - M1
Durante a WWDC, em junho de 2020, a Apple anunciou seu plano de mudar para processadores personalizados, chamados de Apple Silicon, para seus Macs, prometendo desempenho e recursos incríveis.
Com base nos seus chips da série A, líderes do setor, para iPhones e iPads, a Apple fez com que os Macs com seu “silício personalizado” tivessem o melhor desempenho com o menor consumo de energia. A grande maioria dos aplicativos para Mac pôde ser atualizada rapidamente para ser "universal", com suporte para Macs baseados em Intel e aqueles com o novo chip Apple Silicon, personalizado, da gigante de Cupertino.
Os primeiros Macs com o chip M1 (Apple Silicon) foram lançados em novembro de 2020. Os novos MacBook Air, MacBook Pro de 13 polegadas e Mac mini deixaram o mundo de boca aberta, com números e gráficos de outro mundo. Velocidade nunca vista antes e um consumo de bateria irrisório. A Maçã inaugurou uma nova era de computação com o chip M1, deixando as concorrentes literalmente comendo poeira.
A transição de toda a sua linha será feita em dois anos.
O Mac na sua mala
O MacBook aposentou o iBook e, até hoje, é o termo usado pela linha de laptops (ou notebooks) da Apple. O modelo original, de policarbonato, vinha nas cores preta e branca, com processador Intel Core Duo.
A Maçã lançou também o primeiro MacBook Pro, com 15 e 17 polegadas, um produto mais premium. Em 2012, ele ganhou a tecnologia de tela Retina Display. Em 2016, o polêmico atalho da TouchBar, que não foi exatamente bem aceita. É bonita, mas infelizmente não serve para quase nada na prática. A família MacBook ficou completa em 2008 com o modelo Air, vendido como o laptop mais fino do mundo sem sacrificar tamanho do teclado ou desempenho, mas com foco total em portabilidade.
Em dezembro de 2017, a Apple anunciou seu mais novo filho da linha “pro” com o iMac Pro. Todo feito na cor cinza espacial, o iMac recebeu sua versão mais profissional, com poderosos chips gráficos, processadores, as mais avançadas tecnologias de armazenamento, memória e conexões. O primeiro com tela Retina 5K. Ele só ficou “pro” também no preço e até hoje não foi atualizado.
Os lançamentos do segundo semestre de 2018 foram: MacBook Pro, Mac Mini e MacBook Air. Esses produtos são atualizados constantemente com novos processadores, memórias e algumas melhorias.
Já no final de 2019, em dezembro, a Maçã colocou no mercado sua mais nova versão do Mac Pro. Sim, aquele computador super profissional que era uma lixeirinha voltou ao que nunca deveria ter mudado: um desktop workstation com várias opções de processadores, memórias, placas de vídeo, armazenamento e itens adicionais, tudo extremamente configurável.
Mas um novo apelido fez com que vários memes fossem criados: um ralador de queijo!
Sistema operacional
Os primeiros PCs da marca rodavam o Mac OS, sempre com atualizações numeradas e com foco em multitarefas. A Apple tentou inovar, no meio dos anos 90, com protótipos chamados Copland e Rhapsody, mas não foram sucessos. O embrião do sistema que a gente usa hoje atualmente veio do sistema criado na NExT, empresa que Jobs fundou no tempo em que esteve afastado.
O Mac OS X Server 1.0 foi o primeiro dessa nova fase, com uma interface renovada chamada Aqua, e com um Dock, uma bandeja de aplicativos. Com o tempo, as atualizações foram recebendo nomes, para melhorar a comunicação em todos os sentidos. Da versão 10.0 até a 10.8, foram nomes de grandes felinos: Cheetah, Puma, Jaguar, Panther, Tiger, Leopard, Snow Leopard, Lion e Mountain Lion. Na 10.9, a nomenclatura mudou pra homenagear pontos turísticos da Califórnia: Mavericks, Yosemite, El Capitan, Sierra, High Sierra, Mojave e Catalina.
Na versão Sierra, ocorreu uma modificação importante: a unificação dos nomes dos sistemas da Apple em TV, relógio, smartphone e PC. O Mac OS X se tornou macOS e ganhou uma série de novidades, especialmente em identidade visual e com a possibilidade de continuidade de tarefas de um dispositivo pra outro, tudo no ecossistema da Maçã.
Nomes e datas de lançamento dos sistemas operacionais
A Apple lançou o Mac OS X Server 1.0 em janeiro de 1999. Um beta público do Mac OS X foi lançado em 2000, e em 24 de março de 2001 foi o lançamento oficial e completo da versão 10.0 do Mac OS X.
Mac OS X Public Beta (2000)
Mac OS X v10.0 "Cheetah" (24 de março de 2001)
Mac OS X v10.1 "Puma" (25 de setembro de 2001)
Mac OS X v10.2 "Jaguar" (24 de agosto de 2002)
Mac OS X v10.3 "Panther" (24 de outubro de 2003)
Mac OS X v10.4 "Tiger" (29 de abril de 2005)
Mac OS X v10.5 "Leopard" (26 de outubro de 2007)
Mac OS X v10.6 "Snow Leopard" (28 de Agosto de 2009)
Mac OS X v10.7 "Lion" (20 de Julho de 2011)
OS X v10.8 "Mountain Lion" (25 de Julho de 2012)
OS X v10.9 "Mavericks" (22 de Outubro de 2013)
OS X v10.10 "Yosemite" (16 de Outubro de 2014)
OS X v10.11 "El Capitan" (30 de setembro de 2015)
macOS v10.12 "Sierra" (20 de setembro de 2016)
macOS v10.13 "High Sierra" (25 de setembro de 2017)
macOS v10.14 "Mojave" (24 de setembro em 2018)
macOS v10.14 "Catalina" (7 de outubro de 2019)
macOS v11.0 "Big Sur" (12 de novembro de 2020)
Com o macOS Big Sur, foi a primeira vez que o número da versão principal do sistema operacional foi incrementado desde o Mac OS X Public Beta, em 2000. Ele traz suporte à tecnologia ARM (chips Apple Silicon), novos ícones e mudanças estéticas na interface do usuário para o sistema.
Esse é um pequeno resumo da história do Mac.
Eu troquei o Windows pelo Mac em 2009 e, desde então, não volto para o tio Bill nem se me pagarem. O Mac já foi bastante sinal de status, mas hoje em dia, quem usa um computador da Maçã, sabe do diferencial e da qualidade. Agências de publicidades, produtoras de vídeo e estúdios de música, por exemplo, dificilmente usam Windows. É completamente outra vida em todos os sentidos.
Ah… Já ia esquecendo… O Mac é tão bom, mas tão bom, que foi lançado no dia do meu aniversário (hoje). kkkkkkkkkk #zoeira Parabéns para nós! 👊🙏🎁🎈
Fontes: Apple, TecMundo e Wikipédia
24/01/2021 - 00h01