Os wearables e nossa vida cotidiana
- Fernando Cunha JR
- 10 de ago. de 2021
- 2 min de leitura
Aparelhos vestíveis deixaram de ser um item de luxo para ser um objeto praticamente indispensável para nos auxiliar com nossa saúde.

Quando os primeiros smartwatches foram lançados, logo se tornaram itens de luxo, objetos que não necessariamente precisaríamos, com poucas opções do que poderiam nos oferecer. Porém esse cenário mudou... E muito!
Atualmente, esses smartwatches acabaram se tornando "guardiões" de nossa saúde. Existem inúmeros relatos de pessoas salvas pelos seus relógios inteligentes. A miniaturização dos componentes trouxe inúmeras possibilidades, transformando esses aparelhos em verdadeiras clínicas ambulantes. Ter um oxímetro no pulso, em época de pandemia de COVID-19, se torna um cuidado a mais, deixando de ser um item meramente figurativo.
Controles como oxímetro, eletrocardiogramas, qualidade do sono, métricas de exercícios, controle de elevação, dados de GPS, geram números significativos para nos auxiliar no dia a dia, fazendo - e praticamente nos obrigando - com que deixemos de ter uma vida sedentária para uma vida mais regrada e baseada em exercícios. Tudo pela nossa saúde!
Não há de se negar que é uma comodidade ímpar ter dados da sua saúde logo ali, em seu pulso. Vale citar, também, que já existem relógios e pulseiras inteligentes que calculam a taxa de glicose no sangue e vários rumores dizem que a Apple incluirá tal sensor em seu Apple Watch - sempre "no próximo" lançamento, diga-se de passagem - mas por enquanto nada de oficial foi dito. Estamos na expectativa.
Mas tamanho controle e quantidade de dados gerados traz uma outra conversa à tona: como fica a proteção desses dados, a segurança dessas informações e a privacidade de quem faz uso desses wearables?
Já em vigor no Brasil, a LGPD, Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, é uma norma federal que estabelece regras de uso, coleta, armazenamento e compartilhamento de dados de pessoas por empresas - públicas ou privadas - e seu objetivo é a garantia de mais segurança, transparência e privacidade no uso das informações pessoais. E, não há o que se discutir, esses aparelhos coletam um número gigantesco de informações pessoais, lembrando que existe, inclusive, uma iniciativa conjunta entre Apple e Google no rastreamento de possíveis infectados e pessoas expostas à COVID-19, onde os wearables se comunicam através de um protocolo único e, assim, as pessoas estão rastreadas, para evitar mais contaminações, por exemplo.
A Apple pulou à frente da concorrência ao lançar, no iOS 14.5, avisos das informações que as aplicações consumiriam, causando furor no Facebook e no Google, e atualizando sua política de privacidade. Não que tenhamos que confiar cegamente, mas tal movimentação mostra que a empresa de Cupertino quer trazer transparência aos seus usuários e isso por si só já é uma demonstração de boa-fé.
Embora os vestíveis tornem nossa vida mais fácil, nos dando uma base de como estamos de saúde, nos avisando de possíveis doenças ou mal súbitos, até onde estamos dispostos a sermos um banco de dados ambulante para que esses sensores sejam cada vez mais aprimorados?
Acredito que o benefício seja maior do que seu custo, mesmo que, para isso, tenhamos nossos dados analisados por gigantes da informática.
10/8/2021 - 10h
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