Taxas norte-americanas sobre importações da China podem afetar preços dos produtos da Apple

Tarifas instáveis sobre importações chinesas podem pressionar preços de iPhones, Macs e outros produtos Apple nos EUA, enquanto a empresa avalia estratégias para lidar com o impacto.

Com as novas tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump sobre produtos importados da China, consumidores e especialistas estão atentos aos possíveis impactos nos preços de dispositivos Maçã, como iPhones, iPads, Apple Watches, Macs e AirPods. Embora o valor exato das tarifas esteja em constante mudança, o cenário preocupa tanto a empresa quanto o mercado consumidor. O valor, que a princípio, chegava a 54%, saltou para 104% e, fontes recentes, apontam para o valor de 125%, ao mesmo tempo que analistas acreditam que o presidente dos Estados Unidos possa diminuir este valor em algum momento.

Mesmo com parte da produção da Apple tendo sido transferida para países como Vietnã, Índia, Tailândia, Malásia e até mesmo para o Brasil, essas regiões também podem ser afetadas pelas tarifas. A consequência disso pode ser um aumento nos preços de diversos produtos, dependendo de como a Apple escolher reagir. A empresa pode tentar absorver parte dos custos, aumentar os preços para o consumidor final ou adotar uma estratégia híbrida envolvendo ajustes na cadeia de suprimentos e pedidos de isenção.

Especialistas do setor, como Erik Woodring, da Morgan Stanley, Neil Shah, da Counterpoint Research, e Angelo Zino, da CFRA Research, apontam que, caso a Gigante de Cupertino repasse integralmente os impactos ao consumidor, isso pode afetar a demanda — especialmente em um momento de instabilidade econômica nos Estados Unidos. Zino acredita que a empresa tentará adiar qualquer reajuste significativo até o lançamento do iPhone 17, mas não há garantias.

Analistas também indicam que a Apple já pode estar estocando unidades de produtos atuais nos Estados Unidos para evitar repasses imediatos. Isso porque, de acordo com a ordem executiva de Trump, produtos em trânsito antes da entrada em vigor das tarifas podem ser isentos. A data de vigência está marcada para hoje, o que dá pouco tempo para a empresa se preparar.

A decisão da Maçã de manter ou não os preços atuais será estratégica: aumentos agressivos podem afetar a competitividade, enquanto absorver os custos pode reduzir lucros e pressionar o valor das ações. Segundo o analista Wamsi Mohan, do Bank of America Securities, a empresa deve considerar várias abordagens, como otimização da cadeia de suprimentos e busca por isenções diretas — embora, desta vez, Trump ainda não tenha concedido nenhuma.

Vale lembrar que, durante seu mandato anterior, Trump aplicou tarifas que não afetaram diretamente o iPhone e concedeu isenções para produtos como o Apple Watch. Desta vez, no entanto, a situação parece menos favorável.

O Congresso também poderia atuar para limitar o alcance das tarifas, mas enfrenta dificuldades. A proposta do senador Chuck Grassley, que exigiria que o presidente notificasse o Congresso sobre novas tarifas com um prazo de 60 dias para aprovação, enfrenta resistência entre os próprios republicanos e ainda precisa superar um possível veto presidencial.

Enquanto isso, empresas de tecnologia estão reavaliando seus planos. A Nintendo, por exemplo, cancelou as pré-vendas do Switch 2 nos EUA para reavaliar os impactos do novo cenário comercial.

Para consumidores, isso significa que, caso estejam pensando em trocar de iPhone, adquirir um novo Mac ou investir em outros produtos Apple, o momento de compra pode ser agora. Com tantas incertezas, a empresa ainda não comentou oficialmente como pretende lidar com os impactos das tarifas — mas movimentações nos bastidores já indicam que mudanças podem estar a caminho.

Fonte: MacRumors

10/4/2025 - 11h42